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(UM)A PERVERSÃO POÉTICA DO VAZIO

O João Costa assume na sua arte de fotografar a sabedoria estética de um estimulante entendimento ético da paisagem industrial em desagregação. Já o sabia de experiências anteriores, mas personifica esta sua nova exposição o sortilégio de confirmar tamanha arte de transformar em poesia realidades cruas e perfumadas pelo vazio, trevas outrora povoadas por vivazes e exuberantes vivências do industrialismo. Assim como se a libertina sedução capitalista se tivesse metamorfoseado num irascível onanismo triunfal do vazio.

JOSÉ ALBERTO VASCO